Onde investe o investidor profissional?
- Ipê Investimentos
- 8 de mai.
- 5 min de leitura
Conheça os principais ativos escolhidos pelos investidores profissionais, suas características e por que fazem parte das carteiras mais sofisticadas do mercado

No mundo dos investimentos, os investidores profissionais se destacam não apenas pelo volume de recursos que administram, mas principalmente pelas escolhas estratégicas que fazem em suas alocações. Diferentemente dos investidores comuns, estes profissionais têm acesso a um universo mais amplo de alternativas, tanto pela sua qualificação quanto pelos critérios regulatórios que lhes permitem investir em produtos sofisticados.
Compreender onde estes investidores alocam seus recursos pode oferecer insights valiosos para quem deseja aprimorar suas próprias estratégias de investimento. Embora nem todos os instrumentos estejam disponíveis para o investidor de varejo, muitos princípios e abordagens podem ser adaptados para diferentes patamares patrimoniais.
Onde investe o investidor profissional?
Os investidores profissionais têm acesso a um amplo leque de opções de investimento, cada uma com características específicas que as tornam atraentes para diferentes estratégias e objetivos. Vamos explorar as principais classes de ativos e instrumentos financeiros que compõem as carteiras desses investidores sofisticados, entendendo como cada uma contribui para a construção de um portfólio robusto e diversificado.
1. Fundos exclusivos e restritos
Os fundos exclusivos e restritos são veículos de investimento sofisticados que permitem aos investidores profissionais implementar estratégias personalizadas e obter vantagens tributárias significativas. Estes fundos são estruturados especificamente para atender às necessidades de um investidor ou grupo restrito, funcionando como uma "carteira sob medida" onde todos os parâmetros de investimento, risco e objetivos são definidos de acordo com o perfil do titular.
Do ponto de vista fiscal, estes fundos se destacam pela vantagem do "come-cotas", um mecanismo que permite adiar a tributação do imposto de renda para o momento do resgate, diferentemente dos fundos tradicionais que são tributados semestralmente. Esta característica otimiza a gestão dos recursos ao maximizar o poder dos juros compostos ao longo do tempo.
Um exemplo concreto são os Fundos de Investimento em Participações (FIPs), como o FIP Kinea Private Equity IV e o BTG Pactual Infrastructure II, que direcionam recursos para empresas fechadas e projetos de infraestrutura. Estes veículos exigem aportes substanciais, tipicamente acima de R$ 1 milhão, e são exclusivos para investidores classificados como profissionais.
2. Private equity e venture capital
O investimento em private equity e venture capital é uma alocação estratégica comum entre investidores profissionais, oferecendo exposição a empresas em diferentes estágios de desenvolvimento. Enquanto o private equity foca em empresas estabelecidas que buscam capital para expansão ou reestruturação, o venture capital direciona-se a startups inovadoras com alto potencial de crescimento, realizando investimentos em rodadas sucessivas de captação (Seed, Série A, B, C).
Gestoras renomadas como Vinci Partners e Pátria Investimentos mantêm fundos de private equity com participações em empresas como Equatorial Energia e Alpargatas.
No segmento de venture capital, destacam-se Monashees e Kaszek Ventures, que investiram em empresas como Gympass, Nubank e Loggi antes de se tornarem unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão).
Esta classe de ativos atrai investidores profissionais não só pelo potencial de retornos superiores ao mercado tradicional, mas também pela baixa correlação com mercados públicos, contribuindo para diversificação efetiva do portfólio. O horizonte de investimento prolongado, tipicamente de 5-10 anos, alinha-se naturalmente com a visão estratégica de longo prazo destes investidores.
3. Derivativos e operações estruturadas
Os derivativos e operações estruturadas são instrumentos sofisticados que os investidores profissionais utilizam estrategicamente em suas carteiras. Diferentemente do uso especulativo comum no mercado, estes profissionais empregam tais ferramentas de forma calculada, seja para proteção (hedge), alavancagem estratégica ou construção de posições específicas de risco-retorno.
Entre os principais instrumentos, destacam-se os contratos futuros para ajustes rápidos de exposição ao mercado, as opções (calls e puts) para estratégias como protective puts e covered calls, e as operações estruturadas como COEs, que combinam diferentes instrumentos financeiros para criar perfis específicos de investimento. Na prática, vemos exemplos como a proteção cambial via NDFs e estratégias de arbitragem estatística executadas por fundos como o AZ Quest Total Return e o Kapitalo Zeta.
O uso destas estratégias reflete a sofisticação na gestão de risco dos investidores profissionais, permitindo exposições precisamente calibradas a diferentes fatores de mercado - algo impossível de alcançar apenas com investimentos diretos em ações e títulos.
4. Fundos multimercados macro e quantitativos
Os fundos multimercados são veículos muito utilizados por investidores profissionais, principalmente aqueles com estratégias macro e quantitativas. Estas estratégias permitem exposição a múltiplos ativos e fatores de risco, com gestores como a Verde Asset Management e Legacy Capital se destacando na análise macroeconômica para identificar oportunidades em diferentes mercados globais. O fundo Verde, por exemplo, tem histórico de décadas superando benchmarks em momentos críticos do mercado, como a desvalorização do real em 1999 e a crise de 2008.
No segmento quantitativo, gestoras como a Giant Steps no Brasil e Renaissance Technologies internacionalmente utilizam modelos matemáticos e algoritmos avançados para identificar oportunidades de investimento. Suas estratégias incluem arbitragem estatística, trend following e factor investing, operando simultaneamente em múltiplos mercados através de sistemas proprietários.
Os investidores profissionais escolhem estes fundos não apenas pelo histórico de performance, mas principalmente pela baixa correlação com índices tradicionais e pela flexibilidade na gestão. Estas características permitem diversificação efetiva em momentos de estresse de mercado e rápida adaptação a diferentes cenários econômicos, algo difícil de implementar diretamente em uma carteira individual.
5. Ativos alternativos: imóveis, arte e criptoativos
Os ativos alternativos têm ganhado cada vez mais espaço nas carteiras dos investidores profissionais, oferecendo características únicas como diversificação, preservação patrimonial e proteção inflacionária.
No mercado imobiliário, estes investidores utilizam principalmente Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), como HGLG11 e VISC11, além de fundos de desenvolvimento e retrofit como o Kinea Desenvolvimento Imobiliário II, buscando tanto rendimentos quanto valorização de capital.
No segmento de arte e colecionáveis, a busca por ativos com reserva de valor e baixa correlação com mercados tradicionais leva à aquisição de obras de arte, vinhos raros, relógios de luxo e automóveis clássicos. Para facilitar o acesso a esta classe, fundos especializados como o The Fine Art Fund e o Artemundi Global Fund oferecem gestão profissional e diluição de riscos específicos.
Completando o universo dos alternativos, os criptoativos conquistaram seu espaço através de veículos estruturados como o Hashdex Nasdaq Crypto Index (HASH11) e protocolos DeFi. Esta diversificação para ativos alternativos busca principalmente proteção contra cenários inflacionários e baixa correlação com mercados tradicionais, fortalecendo a resiliência do portfólio em diferentes ciclos econômicos.
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